Teatro e capoeira nesta semana na Tenda Teatro Popular de Ilhéus
Depois de abrir a programação de dezembro com o Cine Incidental Itinerante na terça-feira (03), o Teatro Popular de Ilhéus (TPI) segue com atividades culturais na sua Tenda, montada na Avenida Soares Lopes. Hoje e amanhã (04 e 05), tem a comédia Teodorico Majestade – as últimas horas de um prefeito. Na sexta-feira e no sábado (06 e 07), será a vez de 1789. Os espetáculos começam sempre às 20 horas, com entradas a R$ 20 e R$ 10. E de sexta a domingo (06 a 08), das 8h30min às 18 horas, acontece a III Chamada de Angola.
O TPI celebra os sete anos de Teodorico Majestade, em cartaz desde 26 de dezembro de 2006. “Enquanto for preciso alertar a sociedade sobre os males da corrupção, Teodorico estará vivo”, afirma o autor e diretor Romualdo Lisboa. A sátira em cordel é um marco na trajetória do grupo, que completou 18 anos em agosto. O espetáculo surgiu como protesto à onda de escândalos políticos que assolou Ilhéus, ajudou a mobilizar os cidadãos, culminando na cassação do prefeito. Depois disso, circulou por dezenas cidades da Bahia, sendo apresentado ainda no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Alagoas.
A montagem mais recente do Teatro Popular de Ilhéus, 1789, conta a história do levante dos escravos do Engenho de Santana, ocorrido em Ilhéus, no século XVIII. Misturando fatos reais e ficção, com saltos no tempo e espaço, a peça apresenta o embrião do movimento sindical no Brasil, quando os cativos pararam suas atividades e escreveram uma carta de reivindicações. Unindo teatro, dança, música e audiovisual, o espetáculo fala também sobre a necessidade de novas posturas da sociedade e o uso da criatividade para o desenvolvimento socioeconômico.
O membro mais antigo da velha guarda da capoeiragem ilheense, Mestre Virgílio, promove junto com os Mestres Plínio e Jogo de Dentro a III Chamada de Angola – Troca de experiências e saberes. No sábado, às 14 horas, será lançado o livro Jogo de discursos: A disputa por hegemonia na tradição da capoeira angola baiana, do jornalista e mestre em ciências sociais, Paulo Magalhães. Após fala do autor e mesa-redonda, as atividades seguem para a Praça Dom Eduardo, em frente à Catedral de São Sebastião, onde acontecerá a 11ª Roda da Paz.
A III Chama de Angola contará com diversas atividades, com a presença dos mestres Bel, Roxinho, Cabello e Tisza. Além das oficinas de capoeira, no domingo será ministrada palestra do professor Josivaldo Pires de Oliveira. Ele, que é doutor em história social, abordará os processos de resistência e revoltas escravas na região do cacau.